quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Tico Santa Cruz diz que Detonautas já prepara nova música crítica ao governo

 

Tico Santa Cruz pode até estar lidando com ameaças de processo de Michelle Bolsonaro por conta da música “Micheque”, mas o vocalista do Detonautas está pronto para fazer ainda mais críticas ao governo atual do país.

A canção em questão cobra explicações sobre os R$89 mil que foram parar na conta da primeira-dama brasileira sob um instrumental bem próximo ao Punk; agora, usando o Twitter, Tico revelou que o grupo já trabalha em novas músicas de protesto, ainda que seja difícil fazer música sobre tudo que envolve o governo.

Nas palavras dele:

“Na velocidade que as coisas acontecem nesse governo, fica muito difícil fazer música pra TUDO. Mas na sexta feira dia 9 de outubro, já tem uma música nova sim! Enquanto isso vocês podem ouvir a dos 89 mil!

Compromisso marcado, hein?
Tico Santa Cruz e Detonautas no topo das paradas do Brasil

O sucesso de “Micheque” tem sido estrondoso, e como te contamos por aqui anteriormente, a canção adentrou o Top 50 Viral do Spotify nos últimos dias.

Acontece que a repercussão só tem aumentado e, no momento em que essa matéria está sendo publicada, a faixa já está ocupando o 6º lugar geral desse ranking. Parece que o protesto deu certo — agora só faltam as explicações que a música cobra, não é mesmo?

 


 

 

Com: Tenho Mais Discos Que Amigos  e Blog GH

terça-feira, 2 de junho de 2020

Tem som novo “Entre ratos e porcos”, dos Los Juaneiros

A banda de rock Los Juaneiros lança seu novo single “Entre ratos e porcos”


G. Hammer – A galera traz um som bem mais pesado que o seu primeiro CD, lançado no ano passado com o titulo “A BANDA LOS JUANEIROS LANÇA SEU PRIMEIRO CD 100% AUTORAL” em 22 de dezembro de 2018. Dessa vez, a música de lançamento tem um forte apelo social e criticas aos novos regimes totalitários que se espalharam nos últimos anos.

O clipe foi concluído neste sábado (30) e traz movimentos de câmeras com muitos movimentos, como o próprio som da música. Nota-se também imagens atuais e antigas da sociedade nas ruas e em muitos movimentos. Os protestos políticos são a marca desse novo single onde podemos ouvir o som e fazer uma viagem por dentro dos protestos nas ruas com policia, explosões e formas de resistência aos regimes totalitários.

O mundo, que vive efeitos da pandemia do COVID-19, e a violência policial são peças fundamentais para uma junção perfeita de rock de protesto como a muito não se ouvia por aí, e pelo jeito tem tudo para voltar com força, afinal o rock nunca morre. As modinhas vêm e vão, mas o rock sempre mantém seu público fiel e atento a novos talentos e aos grande clássicos.

Confira o som dos Los Juaneiros que é formada atuamento por: Vocal – Fellyp Gabriel, Baixo – Lucas Sousa, Guitarra -Denilson Dias, Batera – Iury Mesquita. O Vídeo foi produzido em parceria com a Caverna Produções, GH Produções e o apoio da FUNDAROCK.

Confiram:



quarta-feira, 1 de abril de 2020

Roger Waters adapta e toca música dedicada a Bolsonaro e Trump: "ratos" (vídeo)

Praticando o isolamento social em casa, Roger Waters adaptou a música “El Derecho de Vivir en Paz”, do chileno Victor Jara
  
(Foto: Alan Santos / PR | Reprodução/Facebook (edited))


A lenda do Pink Floyd Roger Waters aproveitou o tempo em isolamento social dentro de casa para produzir uma versão adaptada da canção “El Derecho de Vivir en Paz”, do chileno Victor Jara, e citou Jair Bolsonaro e o presidente norte-americano, Donald Trump.
 
Apesar da brincadeira, o músico dedicou a canção às pessoas de Santiago, Quito, Jaffa, Rio de Janeiro, La Paz, Nova York, Bagdá, Budapeste e “todos os outros lugares em que o homem tenta nos machucar”.

"Da minha cela na cidade de Nova York / Eu posso ouvir os cacerolazos [panelaços] / Eu sinto o seu cheiro, Pinero [provavelmente em referência a Sebastián Piñera, presidente chileno] / Todos os ratos malditos têm o mesmo cheiro.


Então cuidado Bolsonaro, Guido [provavelmente em referência a Guido Fawkes, site da direita inglesa] e [Narendra] Moti e [Donald] Trump / O cacerolazo é mais alto que todas as suas armas / É o coração das pessoas batendo / E a mensagem está perfeitamente clara / Nossa mãe Terra simplesmente não está à venda", diz um trecho da música.

Assita ao clipe da adaptação feita por Waters (Bolsonaro é citado por volta do minuto 2:20):




Fonte: Brasil 247

sexta-feira, 20 de março de 2020

Bono Vox, do U2, lança canção inspirada no isolamento pelo coronavírus. Ouça aqui

"Let your love be known” foi lançada em um vídeo no Instagram da banda, no dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda, país natal de Bono

  
A banda irlandesa U2 apresentou, através de suas redes sociais, uma canção inédita inspirada no isolamento dos italianos por conta do coronavírus. A canção “Let your love be known”, é a primeira inédita de Bono Vox desde 2017. 

Ele a apresentou em um vídeo na conta do Instagram da banda, no dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda. Na data, o St. Patrick’s day, são realizadas diversas celebrações de rua que foram adiadas este ano por conta da pandemia do covid-19.

“Para os italianos que inspiraram… para os irlandeses… para TODO MUNDO que nesse dia de São Patrício está numa situação difícil e continua cantando. Para os médicos, enfermeiras e cuidadores na linha de frente, é para vocês que estamos cantando”, escreveu o cantor na mensagem que acompanha o vídeo.

https://www.instagram.com/tv/B92YsciHcUu/?utm_source=ig_embed&utm_campaign=loading



yes I walked through the streets of Dublin and no-one was near
Yes I don’t know you
No I didn’t think I didn’t care
You live so very far away from just across the square
And I can’t reach but I can rain
You can’t touch but you can sing
Across rooftops
Sing down the phone
Sing and promise me you won’t stop
Sing your love, be known, let your love be known.
Yes there is isolation
You and me we’re still here
Yes when we open our eyes we will stare down the fear
And maybe I’ve said the wrong thing
Yes I made you smile
I guess the longest distance is always the last mile.
And I can’t reach but I can rain
You can’t touch but you can sing
Across rooftops
Sing to me down the phone
Sing and promise me you won’t stop
Sing and you’re never alone.
Sing as an act of resistance
Sing though your heart is overthrown
When you sing there is no distance
So let your love be known, oh let your love be known
Though your heart is overthrown.
Let your love be known.


Fonte: Revista Fórum

LEIA NOSSO BLOG PARCEIRO: 

Dez cuidados com o coronavírus para quando precisar sair ou voltar para casa


 

segunda-feira, 16 de março de 2020

Oitão lança single ‘Instinto Sujo’, agressivo e com groove

Música marca a estreia da nova formação, com Henrique Fogaça ao lado de músicos do Claustrofobia e Ciero, do estúdio Da Tribo
Capa: Divulgação/ Tedesco Comunicação & Mídia | Arte: XTudo


O Oitão, do vocalista Henrique Fogaça, está de volta com “Instinto Sujo”, que traz a agressividade punk/metal das raízes da banda aliada ao groove e partes cadenciadas. O single já está disponível em lyric video no canal da gravadora Canil Records.

O lançamento de “Instinto Sujo” é a primeira amostra da potência e vitalidade da nova formação do Oitão. A banda, além de Fogaça nos vocais e Ciero, renomado músico e produtor do estúdio Da Tribo nas guitarras, agora conta com dois músicos da banda referência nacional em thrash metal, Claustrofobia, Marcus D’Angelo e Caio D’Angelo, que aqui tocam bateria e baixo, respectivamente; completam o line-up do Oitão.

A nova formação do Oitão, no entanto, é um reencontro de velhos amigos e união de esforços de músicos que fazem parte da história da banda, que nasceu exatamente num antigo estúdio do Claustrofobia em São Paulo, no bairro Casa Verde. “As coisas agora se juntam de uma forma bem sólida, verdadeira. É a raiz do Oitão”, destaca Fogaça, que divide o tempo com os trabalhos como chef.

Em um dos ensaios no início da carreira, Oitão já estava sem baterista, então convidaram Caio para tocar, mas ele sugeriu que colocassem o Marcus na bateria. A princípio, todos desacreditaram, afinal, Marcus é guitarrista e vocalista do Claustrofobia, mas foi aprovado imediatamente após o teste. Em seguida, fizeram inúmeros shows e gravaram o primeiro disco no qual Marcus participou diretamente das composições.

Confira o lyric video oficial do single “Instinto Sujo”:

Caio D’Angelo por sua vez, além de baterista, toca guitarra e tem como um dos principais instrumentos o contra-baixo, pelo fato de tocar há anos em outros projetos junto com Marcus, Ciero e Henrique, e já conhecer a raiz do Oitão, foi o nome certo para assumir as quatro cordas da banda, fechando assim o time perfeito.

A reformulação do Oitão, com Fogaça ao lado de músicos experientes, mundialmente reconhecidos dentro da música pesada, é primordial pelo resultado de “Instinto Sujo”. A faixa, a primeira de novas composições da banda (algumas prontas, outras em fase de produção), é um verdadeiro petardo, que remete aos momentos brilhantes e inspirados de Ratos de Porão e Napalm Death, sempre unindo o hardcore/crust/metal old school com produção e passagens modernas.

Ficha técnica
Compositores: Henrique Fogaça, Marcus D’angelo, Caio D’angelo, Ciero
Produção Musical: Ciero
Mix e Master: Hospede
Arte: X Tudo
Captação: Estúdio Da Tribo
Produção Executiva: Canil Records




Fonte: Universo do Rock

LEIA NOSSO BLOG PARCEIRO:

As 5 Dicas de treino que você nunca recebeu

 


 

sexta-feira, 13 de março de 2020

Coronavírus: Produção do Lollapalooza estuda uma nova data para o festival

Ainda não há anúncio oficial, mas patrocinadores receberam e-mail falando em busca de data alternativa. Lolla foi suspenso na Argentina e no Chile.

Mauricio Santana via Getty Images
Festival deverá ser adiado por causa da pandemia de coronavírus.
 
 
 
O Lollapalooza Brasil deverá ser adiado por causa do surto de coronavírus. A organização do evento, que está previsto para os dias 3, 4 e 5 de abril, no autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, busca uma nova data.

Artistas já foram informados da intenção de remarcar o evento. A Folha de S.Paulo e a Veja tiveram acesso a um e-mail enviado aos patrocinadores, no qual a produção afirma que trabalha “em datas alternativas para a realização do evento ainda neste ano”.

A produtora Time for Fun ainda não se pronunciou oficialmente. 

Os eventos similares no Chile e na Argentina também foram adiados nesta quinta (12). Estavam agendados para 27, 28 e 29 de março.

A recomendação do Ministério da Saúde, que prevê um pico dos casos de coronavírus no País em duas semanas e meia, é evitar aglomerações. 

Apesar da alta capacidade de disseminação do novo coronavírus, em cerca de 80% dos casos de contaminação, os sintomas aparecem de forma leve. Menos de 5% dos casos evoluem para um quadro grave. A principal preocupação é com idosos e pessoas com doenças crônicas. Em infectados com menos de 50 anos, a taxa de mortalidade é de menos de 1%.



Fonte:  HuffpostBbrasil

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74 anos de David Gilmour

 

 

terça-feira, 10 de março de 2020

74 anos de David Gilmour


Batizado de David Jon Gilmour, o famoso guitarrista do Pink Floyd David Gilmour, nascia em 6 de março de 1946 em Cambridge, Inglaterra. Filho de Douglas, um professor de zoologia da Universidade de Cambridge, e de Sylvia, que também era professora, mas depois seguiu a carreira de editora da BBC, David Gilmour sempre foi incentivado a dar prosseguimento ao seu interesse por música. 

Aos 8 anos, ganhou seu primeiro single, o clássico Rock Around The Clock do Bill Haley e "seus cometas". Depois veio Elvis com Heartbreak Hotel e The Everly Brothers com Bye Bye Love. Pronto, o garoto estava bem encaminhado e com considerável interesse por guitarra despertado. Tanto que pegou uma guitarra emprestada de um vizinho e nunca mais a devolveu. Com seu trajeto no mundo da música prestes a se iniciar, faltava um daqueles acasos da vida que todos nós tiramos proveito ao final.

Em 1957, ele frequentava a The Perse School que ficava em Hills Road. Ele odiava aquele local e sempre pensava em sair de lá. Foi nessa época que o destino fez com que conhecesse dois rapazes que frequentavam a Cambridge High School for Boys. Esses rapazes eram Syd Barret e Roger Waters. Pronto, o universo já conspirava a favor de todos. Conspirava com tanta vontade que, cinco anos depois, David e Syd passaram a ser colegas na Cambridge College of Arts and Technology, época em que praticavam guitarras juntos com frequência. Era agora questão de paciência.

Ainda em 1962, David entrou para o Jokers Wild, uma banda de rock e blues. Eles chegaram a gravar um pequeno álbum no Regent Sound Studio, mas apenas 50 cópias foram feitas. Três anos depois, na companhia de outros músicos e do amigo Syd Barret, David Gilmour fez uma viagem, que poderia ser chamada de turnê, onde visitaram a Espanha e França tocando música dos Beatles.

Em 1967, ele faz uma nova turnê pela França com o trio Jokers Wild que agora se chama Flowers e logo depois viraria Bullitt. A turnê é um fiasco. Poucos locais aceitam contratá-los para tocar e quase todos pagam mal. Não bastante, tiveram o equipamento roubado. E dessa que seria a pior parte, foi como o destino conspirou novamente. Precisando de novos equipamentos, eles voltam para a Inglaterra. Nesse meio tempo, David Gilmour teve a oportunidade de visitar o amigo Syd Barret na gravação do single See Emily Play já na banda Pink Floyd. Nesse encontro, David se aproxima dos outros membros da sua futura banda, mas também fica bastante impressionado com o estado do Syd que estava com sua doença mental avançada a ponto de sequer reconhecê-lo. Naquele ano, a banda Bullit era encerrada e David Gilmour estava livre para o destino finalizar seus planos.

Em dezembro de 67, o Pink Floyd convida oficialmente David Gilmour para ser seu quinto integrante. A proposta basicamente seria para ele ser um substituto do Syd que não sairia oficialmente da banda. Syd participaria ainda da criação das faixas e Gilmour meio que seria um dublê de Syd nas apresentações. Por quase meio ano o Pink Floyd teve uma composição de cinco membros: Barret, Wright, Waters, Gilmour e Manson. Inclusive, conseguiram lançar um álbum com essa formação, A Saucerful of Secrets. Nele, Barret tem uma música sua gravada, Jugband Blues, onde inclusive canta. Antes mesmo do lançamento do álbum, na segunda metade de 68, os membros do Pink Floyd entenderam que Syd Barret não tinha mais condições de atuar no palco, muito menos nos bastidores e o afastaram de vez. Ainda sobre o álbum, Gilmour não escreveu para esse álbum, mas participou nos vocais de Let There Be More Light, Corporal Clegg e a faixa título do álbum que possui quatro partes. O álbum teve uma repercussão razoável, mas nada suficiente para colocar a banda no radar do mundo da música.

O ano de 69 já foi diferente para Gilmour e os membros do Pink Floyd. Lançaram dois discos. O primeiro no meio do ano, era a trilha sonora do filme More. Com praticamente quase todas as faixas escritas por Roger Waters, Gilmour participou efetivamente da criação das faixas instrumentais e da faixa Ibiza Bar, onde ele canta também. O filme conta a história de uma pessoa que vive de caronas que abusa de drogas e frequenta muitas festas. A proposta do diretor era que as músicas não tivessem o papel tradicional de uma trilha sonora, mas que fossem o fundo das cenas. Como se as músicas estivessem sendo tocadas nas festas ou cenas mesmo. Aliás, o diretor acreditava que a banda, caso não alavancasse na carreira tradicional, tinha potencial para o mercado de trilhas sonoras.

O segundo lançamento daquele ano foi o Ummagumma, um álbum duplo com o disco 1 tendo faixas ao vivo de registros feitos no final de abril e início de maio de 69. O disco 2 tinha músicas de estúdio inéditas, sendo duas do Waters e mais três, uma de cada membro. Gilmour escreveu The Narrow Way (parte 1 - 3). Ele mesmo diz que ficou apreensivo em compor algo 100% seu pela primeira vez na banda. Tanto que meio que requentou uma música que já tinha tocado em 68, colocou umas partes novas, deu um tapa e estava pronta. Ele até pediu para o Waters ajudar com letras, mas o colega negou a parceria. Muitas pessoas não entendem o sentido do nome desse álbum. Ummagumma é uma gíria originária de Cambridge para fazer sexo. É algo equivalente ao nosso "dar umazinha", "bimbada" etc. Anos depois, já na década de 90, mesmo com a boa receptividade da crítica na época do lançamento, os membros assumiram que não gostaram do resultado do álbum. Waters definiu como um desastre e Gilmour como horrível.

No de 1970, Gilmour e seus parceiro de Pink Floyd lançam o álbum Atom Heart Mother, um trabalho que possui características muito próximas ao Ummagumma. A semelhança reside no fato de Atom Heart Mother, apesar de ser um álbum simples, tem um lado A de colaboração coletiva da banda e, no lado B, músicas individuais de cada membro. No lado A, está a faixa título, de quase 24 minutos de duração. No lado B, quatro faixas, uma do Waters, uma do Wright, uma do Gilmour e uma quarta coletiva que na realidade é uma faixa estilo suíte que tem muito mais trabalho de Manson do que os demais. Anos depois, assim como Ummagumma, Waters e Gilmour declaram que o álbum é uma grande porcaria, apesar de ter alcançado índices razoáveis no mercado. Atom Heart Mother foi responsável por um novo padrão dos álbuns do Pink Floyd que passariam a ter uma capa sem o nome da banda, nem foto dos integrantes.

No ano seguinte, foi a vez do álbum Medle que, por muitos, é considerado o pior álbum da banda. A composição do projeto se assemelha ao Atom Heart Mother. Em um dos lados tem-se uma faixa única enorme chamada Echoes que só não é maior que a Atom Heart Mother e a versão completa de Shine on Your Crazy Diamond e, no outro lado, faixas mais curtas, só que dessa vez com colaboração coletiva. Gilmour participa do processo criativo e canta e quase todas, exceto na faixa San Tropez que é 100% do Waters. Talvez por conta de maior participação no álbum que a crítica começou a dar mais atenção a ele, afirmando que a presença de Gilmour cada vez mais, tanto no vocal, quanto na guitarra, ganhava destaque na banda. O álbum, independentemente da qualidade, é um marco na transição do Pink Floyd sob influência de ideias de Syd Barret para o Pink Floyd que é hoje conhecido. Um destaque deste álbum é a faixa inicial One of Theses Days que é uma das minhas favoritas dentre as não-comerciais.

Em 1972, a banda lança o álbum Osbcured by Clouds, novamente um trabalho de trilha sonora, desta vez para o filme francês La Vallée que foi lançado no mesmo ano. Lembrando que além da trilha para o filme More, a banda sem Gilmour já tinha lançado outra trilha para o filme The Committee em 68. Gilmour tem mais uma vez uma participação presente na criação das faixas. Destaque para Childhood's End em que foi a última faixa em que ele fez a parte das letras, só voltando a atuar nessa parte criativa novamente 15 anos depois em Momentary Lapse of Reason. Outro destaque do álbum é Wot's Uh the Deal, uma faixa acústica que nunca foi tocada ao vivo pela banda, contudo, David Gilmour incluiu na sua turnê solo de 2006 e, por consequência, entrou no DVd ao vivo Gilmour's 2007. Obscured by Clouds é um álbum bom e, além disso, serve de um enorme presságio para o seu maior trabalho The Dark Side of the Moon que viria no ano seguinte.

Até 1984, o Pink Floyd lança uma sequência de álbuns épicos que marcam história e viram referências para futuras bandas, além de se tornarem itens obrigatórios em qualquer coletânea baseada em rock. Na ordem de lançamento, a banda produziu The Dark Side of the Moon, Wish You Were Here, Animals, The Wall e The Final Cut. Apesar da grandiosidade dos trabalhos e de uma ainda existência participação de Gilmour na criação, o protagonismo de Roger Walters ia se alavancando cada vez mais. E, falar sobre o trabalho do Roger numa homenagem ao David soa meio estranho. Portanto, neste momento, prefiro pular essa fase para posteriormente (quem sabe?) dar uma devida e aprofundada atenção a esses álbuns.

Durante essa fase, Gilmour lançou dois álbuns solos. O primeiro em 78, entre os álbuns Animals e The Wall, levava seu nome no título. O trabalho teve uma boa receptividade de público, alcançando 29º lugar no Billboard 200 e 17º no Reino Unido. A faixa que ele deu destaque lançando como single foi um cover de uma banda chamada Uniorn. Originalmente lançada como No Way Out of Here, Gilmour gravou com o nome de There's No Way Out of Here. Duas faixas também merecem comentário, So far Away e Short and Sweet, pois são músicas que estavam sendo esboçadas para o The Wall. Tanto que Gilmour e Roger apontam traços de So Far Away em Comfortably Numb.

Seu segundo álbum solo foi em 84 com o nome de About Face. Com um resultado um pouco inferior ao anterior, About Face recebeu um disco de ouro nos EUA. Dos dois singles lançados, apenas um teve "resposta" do público que foi Blue Light. Nessa época, Gilmour e o Pink Floyd estavam trabalhando para o álbum The Final Cut. Gilmour tinha ideias, mas Waters não tinha tempo e não esperou pelo parceiro. The Final Cut foi lançado e algumas das ideias de Gilmour foram aproveitadas para o álbum solo. Hoje, com mais calma, Gilmour não chega a desgostar do trabalho, mas considera que ele tem uma vibe muito anos 80. Fato esse que foge muito da predileção dele.

Nesse mesmo período, Waters sai da banda e Gilmour assume o Pink Floyd em definitivo. Tanto que um anos depois, a banda lança A Momentary Lapse of Reason, um álbum todo escrito por David. Nota-se claramente um resgate a som antigo do Pink Floyd. Enquanto Roger estava à frente da parte criativa nos álbuns anteriores, as letras eram as protagonistas das faixas. Agora, apenas com Gilmour, as letras ficam em segundo plano, para dar brilho à sonoridade. O álbum segue o sucesso dos anteriores, chegando ao 3º lugar da Billboard 200 e também 3º lugar no Reino Unido, vendendo quase 10 milhões de cópias no mundo. Lembrando que nessa mesma época, o álbum disputava as paradas com nada menos que Bad do Michael Jackson. Um detalhe é que, depois de anos, o Pink Floyd voltou a ter um álbum que não fosse coletânea com seu nome na capa.

Se no álbum A Momentary Lapse of Reason, Rogers Waters fazia pouco caso da capacidade de Gilmour em assumir a frente do Pink Floyd e dos números, em 94 a coisa mudou. Lançado o álbum The Division Bell, ele alcançou o topo das paradas de mais de 20 países e recebendo mais de 20 álbuns de platina pelo mundo. A ideia do álbum, segundo Gilmour, era um álbum que falasse que a comunicação era a solução. Para ele, a conversa resolve qualquer coisa. As letras evoluíram e a musicalidade permaneceu no padrão Gilmour de sempre. A turnê do álbum gerou o clássico registro Pulse que inovou na época com seu palco moderno e um case que piscava consumindo as pilhas dos fãs.

The Division Bell foi o último álbum de inéditas da banda e, depois dele, Gilmour seguiu com a carreira solo na virada do século entre álbuns de estúdio e ao vivo. O destaque é para o Live At Pompeii.


Por: Rafael Ferrara
Rafael Ferrara é locutor da Rádio Catedral do Rock (90,1 FM - Petrópolis) onde apresenta o programa Arquivo do Rock e também apresenta o Podcast Faixa a Faixa com o Jorge Felipe.
Instagram: @ferrararcr - E-mail: ferrarafm@yahoo.com.


Via:  Whiplash.net

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